Spining e Tae Bo

As academias nessa época do ano estão fervendo e muita gente, diante de tantas atividades novas, por vezes fica até sem saber qual a melhor e a que possa trazer os melhores resultados de acordo com suas expectativas individuais. Por isso, vamos começar a conhecer as mais procuradas, suas vantagens e supostas desvantagens. A princípio não existe atividade contra-indicada. Existe a mais indicada para determinada pessoa.

A febre, por ser umas das atividades que mais ajudam no emagrecimento rápido tem sido o Spinning. Entretanto, como todo exercício físico, exige cuidados importantes e regras a serem seguidas.

O Spinning foi inventado por Johnny G, um ciclista querendo ser o primeiro a atravessar a América em oito dias. Isso exigia um treinamento diário e eficaz em subidas, descidas e lugares planos. Até aí tudo bem. Bastava um bom planejamento e pronto. O que ele não podia interferir era nas condições climáticas. Como ele poderia treinar por exemplo quando estivesse chovendo, ventando muito ou mesmo nevando? Por isso, acabou inventando uma bicicleta ergométrica e um método simulando todas as dificuldades possíveis da sua aventura. Daí, Johnny acabou descobrindo que sua invenção atende também a todas as pessoas amantes do pedal. Outra grande vantagem. O spinning quebra aquela mesmice do pedalar numa bicicleta ergométrica tradicional.

O método, de tão revolucionário, tanto pode desenvolver as capacidades aeróbias como anaeróbias. Depende apenas de como montar a aula. Além disso desenvolve o cognitivo e o social porque as pessoas acabam interagindo entre si e o professor. A constante mudança obriga um raciocínio mais rápido e resposta motora eficiente.

Antes de simplesmente pular em cima da bicicleta é preciso fazer alguns ajustes que são similares às comuns permitindo regulagem vertical e horizontal. A altura do selim ideal é a que permite uma flexão de joelho de 25 a 30 graus quando o pedal está no nível mais baixo. Para medir basta ficar em pé ao lado da bicicleta. A cabeça do fêmur deverá ficar na altura do selim. O ajuste horizontal se faz medindo um antebraço do selim para o guidom.

Os pedais possuem finca-pé proporcionando a execução do movimento nos 360º equilibrando a solicitação nos músculos quadríceps e seus posteriores e uma conseqüente harmonia muscular. O aluno ao sentar na bicicleta deve observar se os pés estão bem fixados e se o início do dedão do pé estão sobre o eixo do pedal. Pedalar com a ponta dos pés sobrecarrega as batatas das pernas (gastrocnêmios) e se o eixo do pedal estiver no meio dos pés a sobrecarga será nos músculos da frente da perna (tibiais anteriores).

Importante - Esses ajustes são a parte mais importante da aula evitando dores e contusões no aluno. Se o selim estiver muito alto a coluna será sacrificada. Muito baixo os joelhos pagarão a conta.

Carga - As bicicletas são equipadas com um dispositivo adaptando o esforço estável. Como o mecanismo do pedal não é convencional não permitindo parada brusca, o dispositivo de carga também serve como freio em caso do aluno perder o controle durante a pedalada.

Guidon - Deve ser regulado na mesma altura do selim permitindo conforto ao tronco e membros superiores nas diversas manobras da aula. E por falar nisso, são elas: a) Spin - É o giro livre. Usa-se como aquecimento e volta à calma ou, quando o aluno no meio da aula cansa. B) - Jumps - É um treino exclusivamente anaeróbio com música de BPM alto. C) - Climbing Up - Carga alta, pedalada em pé com música em BPM baixo. D) Climbing Down - Subida sentado. Pode-se, a título de quebra de rotina revezar com o anterior do tipo: 30 segundos em pé, 30 segundos sentado durante uma música, por exemplo. E) Pull Backs - Pedala-se sentado porém, estendendo o quadril para trás alongando um pouco mais a lombar. F) Sprint Up - É a pedalada rápida em pé. Na prática não se aconselha aos iniciantes porque essa manobra exige domínio da postura correta. Os ciclistas de estrada na bicicleta de corrida quando esprintam em pé o fazem pendulando a bicicleta de um lado para o outro. G) Sprint Down - é a pedalada rápida porém sentada. H) Double time - É uma manobra para dobrar a velocidade da pedalada na mesma música usando dezesseis tempos dentro de uma frase musical em vez de oito. I) Renning Jogging - É a pedalada tranqüila. Pode ser usada pelo aluno que cansar no meio da aula.

Partindo da fundamentação teórica que deu origem à atividade, o profissional deve seguir uma progressão pedagógica bem estruturada sem invenções e de acordo com a capacidade dos alunos presentes. Como normalmente a gente trabalha com grupos bastante heterogênios vale muito a capacidade criativa, o conhecimento técnico e o bom senso. As contusões relatadas até agora, na maioria das vezes estão associadas aos excessos e invenções absurdas.

Exigência Muscular - Sem dúvida nenhuma, tal como acontece com o ciclismo, os músculos dos membros inferiores são os mais exigidos. Entre eles os mais solicitados são os gastrocnêmios que trabalham em torno de 37% enquanto os posteriores de coxa e os vastos laterais 18%, retos femurais 15% e os glúteos máximo 12%. Não é a toa que ciclista tem coxas e panturrilhas bem desenvolvidas, né?

Equipamentos - O aluno para fazer uma aula confortável não deve deixar de levar equipamentos individuais tais como: garrafinha para água ou isotônico, toalhinha para limpar o suor do rosto, bermuda própria para ciclismo (acolchoada) e se possível usar o monitor cardíaco. Para os mais exigentes, as bicicletas de spinning permitem a troca simples do pedal convencional pelos automáticos com sapatilhas (tipo Look) e o selim pode ser trocado na hora por um de gel.

Visualização do percurso - As variações de manobras durante a aula também têm o objetivo de cada um poder visualizar o seu percurso. A sensibilidade do professor nessa hora vale e muito. Tem hora que ele pode colocar uma música bem agitada simulando uma descida de montanha à toda velocidade. Outras vezes, pode ser hora de se colocar uma música serena e deixar cada um viajar no tempo. Som muito alto o tempo todo também "enche o saco". Mais uma vez vale a sensibilidade do professor em variar a trilha sonora. Tenho visto cada uma....

Intensidade do Esforço - Cada aluno deve ser alertado para respeitar os seus limites de freqüência cardíaca ou seguir a Escala de Borg que orienta o nível de esforço percebido. Entretanto a responsabilidade é do professor que deve estar atento às expressões cinestésicas do aluno. Ele está cansado ou morrendo? Como essa aula é uma das mais vibrantes, o aluno pode ser induzido a exagerar tentando acompanhar os outros. Rosto pálido, lábios esbranquiçados, expressão de sofrimento, desordem nos movimentos circulares do pedal, já podem ser sinais que alertam que o professor deve intervir. "A aula não é para o professor treinar". O controle da aula passa também por incentivar o desfio pessoal, e não o desfio entre fulano e beltrano.

Freqüência do Treinamento - Seguindo o bom senso, aula de spinning deve ser praticada de três a quatro vezes na semana deixando os outros dias para fazer atividades complementares e que trabalhem os outros grupos musculares. Até mesmo o professor deve evitar de ministrar mais de uma aula por dia, para não correr o risco de estresse físico comprometendo o seu desempenho e evidentemente o seu "ganha-pão". No caso, o bom estado físico e emocional são ferramentas de trabalho do professor. Ministrar uma aula boa e outra ruim a que fica na imagem da "galera" é a ruim.

Contra-indicações - Como essa atividade exige muito do sistema cardiovascular e das articulações dos membros inferiores, os portadores de algumas cardiopatias do tipo Enfarto do Miocárdio recente, Embolia Pulmonar, Hipertensão entre outras do gênero e problemas graves articulares não devem fazer o spinning. Tanto quanto qualquer atividade física, o aluno antes de se candidatar à essas aulas, devem ser incentivados a fazerem as avaliações funcionais incluindo o teste de esforço, de preferência, em cicloergômetro. A responsabilidade pela saúde do aluno não avaliado e sem atestado médico é do professor que pode ficar em "maus lençóis" perante o CREF (Conselho Regional de Educação Física) se acontecer um problema com o aluno na aula de spinning ou mesmo qualquer outra.

A aula de Spinnig, como toda atividade física, tem uma fundamentação teórica e progressão pedagógica definida calcada em métodos. Pra quem tem alunos regulares dá até pra montar uma periodização. Sendo assim, como já comentei, essa incrível atividade não é um ôba-ôba em que a gente sobe na bicicleta e pedala em pé ou pedala sentado. Tem gente inventando até de pedalar "só" em pé com banco todo arriado pro aluno não sentar. E se cansar? Tem gente não observando o posicionamento correto da pedalada em pé ou a carga certa nessa manobra sobrecarregando o joelho. Resultado! Os consultórios dos ortopedistas estão mesmo começando a receber alunos do spinning "mau orientado" e os "do contra" fazendo o maior escarcéu: - olha, o spinning dá problema de joelho, heim!!!!

Bom, seguindo todas recomendações, é só curtir essa atividade que é uma das mais vibrantes. É só conferir.

Para Refletir: Tem hora pra tudo: de dar tempo ao tempo ou de arregaçar as mangas e resolver o problema.
O entusiasmo pode não ser tudo, mas sem ele não se chega a lugar nenhum.

Sobre a Ética – O espírito de solidariedade não induz nem justifica a conivência com o erro ou atos infringentes de normas éticas ou legais que regem a profissão.

"O homem quando virtuoso, é o melhor dos animais; mas é o pior de todos quando se afasta da lei e da justiça" Aristóteles

Fonte :Prof. Luiz Carlos de Moraes (CDOF)

Tae Bo

O Tae Bo, é uma combinação do Tae Kwondo ou outras artes marciais. Alguns professores adicionam sua própria experiência com artes marciais diferentes no desenvolvendo de suas aulas sem perder a linha . Dentre elas o Full Contact e o boxe francês .

O precursor da aula é o Prof. Billy Blanks , faixa preta em Tae kwondo da cidade de Los Angeles nos Estados Unidos.
Ele desenvolveu o Taebo em 1990, com o objetivo de introduzir os alunos que buscavam o fitness , nas artes marciais, pois, observava que a maioria das pessoas ficavam distantes da modalidade pelas dificuldades dos exercícios e golpes executados durante a aula e que facilmente poderiam ser driblados com pequenos ajustes. Para isso simplesmente adicionou a tão conhecida ginástica aeróbica aos movimentos tradicionais do Tae kwondo como chutes, socos , esquivas, corridas etc...

De acordo com Billy as pessoas que praticavam as tradicionais aulas de step e aeróbica estavam pedindo por algo novo.
O Taebo oferece aos praticantes um verdadeiro desafio corporal. O treinamento pode parecer árduo, mas uma vez que se acostuma aos exercícios o aluno sempre retorna ! Billy diz: "muitas pessoas pensaram que ia ser moleza mas quando elas vêm seus corpos mudarem pra melhor sempre voltam! "

Billy, para incrementar suas aulas , cria um clima todo especial : adiciona luzes, gelo sêco e um estonteante som de alta capacidade com músicas que geralmente não deixa ninguém parado como o Hip Hop (rap).