História do Futebol
   
   

Quem inventou a pelada? Os ingleses emendam de primeira: "fomos nós". Que furada! Os chineses, em 2600 a.C., jogavam um tal kemari, inventado por Yang-tsé: dois times de oito jogadores, num campo quadrado, chutavam uma bola de couro recheada de cabelos; os postes eram de bambu e o travessão uma tira de seda. E toca pra frente, que o rachão dos gregos era o epyskiro, e a bola, de bexiga de boi, subia, subia. No chão, diz a lenda, ela rolou com os legionários romanos em seu harpastum, e a pelota era o crânio de suas vítimas postas a escanteio.

À moda romana, os ingleses entraram em campo na Idade Média. Registros esgarçados de 1050 aludem a um jogo selvagem, em que se brincava de chutar as cabeças decepadas dos inimigos. No século 12, a pugna acontecia nas ruas de Londres e os gols tinham a forma de arcos. A porrada corria solta. Em 1369, porém, o rei Eduardo 3º- mandou a turba dar um bico no futebol, substituindo-o pelo arco-e-flecha. Senão, calabouço. "Desprezível jogador de futebol", diria outro rei inglês aos súditos uns dois séculos mais tarde. Era Lear, personagem de Shakespeare.

No século 16 a bola rolou em Florença, uma aldeia contra a outra. A nobreza e o papa gostaram. A mania se espalhou e invadiu os jardins da França, onde nasceu um futebol de massa, com uns 500 jogadores de cada lado. Valia até gol de mão. Em 1863, com o surgimento da inglesa Football Association, as mãos levaram um pé: com elas, só o goleiro. Cinco anos depois, o árbitro foi para a cancha. O travessão e a rede são de 1891. Na virada do século, definiram-se os 11 jogadores, a grande área e, com ela, o pênalti.

Marinheiros europeus batiam bola ao aportar em nossas praias na segunda metade do século passado. Há registro de um match britânico no Rio, em 1872, no local onde está hoje o Hotel Glória. Oficialmente, porém, ele surgiu em 1894, com Charles Miller: de volta da Inglaterra, o estudante paulistano trouxe duas bolas, chuteiras e as regras na cabeça.

Disputado desde Atenas-1896, o futebol olímpico tornou-se o embrião da Copa do Mundo. A Dinamarca foi a primeira campeã olímpica, mas até Londres-1908 eram times, e não seleções, que representavam as nações. Em Paris-24, os europeus, crentes que eram os bons, levaram um baile de um time de calções pretos e camisetas azuis, que tocava a bola, armava jogadas e não maltratava a "criança". Era o Uruguai. Campeão com classe, ganhou o título de Celeste Olímpica. Bisaram o ouro em Amsterdã-28, contra a Argentina, numa final antecipada da Copa do Mundo inaugural, realizada em 1930, no Uruguai, por causa do sucesso cisplatino. Outra seleção glorificada por causa do pódio foi a Hungria de 1952.

O Brasil busca o ouro inédito. Já pôs no peito duas de prata ­ Los Angeles-84 e Seul-88 ­ e uma de bronze, em Atlanta-96. Nos últimos Jogos, além do futebol moleque da Nigéria, a novidade foi o pontapé inicial do futebol de mulheres, cuja final (EUA, 2 x China, 1) registrou a maior platéia em eventos olímpicos femininos: 76 mil pessoas. Em Sydney-2000, 1,6 milhão de torcedores verão das arquibancadas ­ e bilhões pela televisão ­ o esporte mais popular do planeta despedir-se das Olimpíadas. Pelo menos é o que se diz.

 

Fonte: MICRO OFFICER SERVIÇOS

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